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  • Uma feliz coincidência: Mês Missionário Extraordinário e Sínodo para a Amazônia

  • 7 de Outubro de 2019

Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, o Papa Francisco diz que “a ação missionária é o paradigma de toda obra da Igreja” (EG 15). Pode-se constatar esta verdade olhando para a História da Igreja.

A Igreja nasceu missionária e cresceu, somente, quando foi missionária. Já no dia seu nascimento, o Evangelho foi anunciado a povos de várias nações: “todos nós os escutamos anunciando as maravilhas de Deus em nossa própria língua!” (At 2,11). Os apóstolos não permaneceram acomodados em Jerusalém. Saíram pelo mundo afora, levando a mensagem doRessuscitado.

Ao longo dos séculos, a Igreja continuou evangelizando com períodos de maior ou menor intensidade. Sempre que a atividade missionária da Igreja foi intensa, a Igreja cresceu e cumpriu a missão deixada por Jesus Cristo: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vostenho ordenado” (Mt 28,19-20). Toda vez que na Igreja houve uma diminuição do interesse e da ação missionária, a Igreja enfrentou grandes problemas, um esvaziamento no fervor dos fiéis e muitas crises.

Como está a situação atual da Igreja na Brasil?

Há uma diminuição constante da participação dos fiéis e uma grande migração de católicos para as chamadas Igrejas Evangélicas; os jovens não se sentem atraídos a uma maior participação na vida eclesial e, com isso, há uma consequente falta de vocações sacerdotais, religiosas e missionárias.

Estes sinais seriam a indicação de uma grande diminuição ou ausência do espírito missionário da Igreja? Mostram que a Igreja está fechada em si e confinada na sacristia?

Pode ser! Dois papas recentes lançaram luz para a solução destes e outros problemas. São Paulo VI, em 1972, na Mensagem para o Dia Mundial das Missões escreveu: “Estas tensões internas, que debilitam e laceram algumas Igrejas e instituições locais, desapareceriam frente àfirme convicção de que a salvação das comunidades locais se conquista pela cooperação na obra missionária, a fim de que esta se estenda até aos confins da terra”. São João Paulo II naencíclica Redemptoris Missio enfatiza: “Na História da Igreja, com efeito, o impulso missionáriosempre foi um sinal de vitalidade, tal como a sua diminuição constitui um sinal de crise de fé”(nº 2).

Por isso, a Igreja não pode se acomodar com as glórias e exemplos do passado. Ela deve mostrar no presente que não está acomodada, mas que vive intensamente a sua missionariedade e que é uma Igreja ‘em saída’ e não fechada em si.

O Papa Francisco, na sua sensibilidade, percebeu que o interesse missionário ad gentes está fraco e pequeno. Percebeu que, em geral, há mais preocupação com uma pastoral de manutenção e conservação do que missionária. Por isso, estabeleceu que neste outubro de 2019, fosse realizado um mês missionário extraordinário com o objetivo de alimentar o ardorda atividade evangelizadora da Igreja, na missio ad gentes. Como tema do Mês Missionário Extraordinário foi colocado: “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”.

O Papa quer despertar uma maior consciência da missão ad gentes e retomar, comnovo impulso, a transformação missionária da vida e da pastoral.

Portanto, este mês de outubro é um verdadeiro kairós, uma graça para a Igreja, e deve marcar profundamente a vida dos católicos do mundo inteiro e consequentemente a vida de toda a humanidade. Essa transformação deve começar com uma conversão pessoal, que por sua vez deve se estender a toda a vida eclesial e produzir uma conversão pastoral. Os Bispos daAmérica Latina, reunidos em Aparecida (SP), disseram que “não podemos ficar tranquilos, em espera passiva, em nossos templos”, é necessário passar “de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (Documento de Aparecida, 548 e370).

Por coincidência, neste mês de outubro será celebrado também o Sínodo da Amazônia,que tem como tema “buscar novos caminhos para Igreja e para uma ecologia integral”. O Papa Francisco disse: “desejo que esta feliz coincidência nos ajude a fixar nossos olhos em Jesus Cristopara enfrentar problemas, desafios, riquezas e pobrezas; que nos ajude a renovar nosso compromisso de servir o Evangelho para a salvação dos homens e mulheres que vivem nestasterras”.

Todos os batizados são enviados e devem renovar continuamente seu ardormissionário. Santa Terezinha do Menino Jesus, Padroeira das Missões e Doutora da Igreja, ensina que a oração é fundamental para as missões. Rezar, rezar pelas missões e missionários todos os dias. Mas também se deve fazer outras ações. Papa Francisco: “Exorto todos a viver ojúbilo da missão, dando testemunho do Evangelho nos ambientes onde cada qual vive etrabalha” (Oração do Ângelus, 22/10/2017).

Para concluir, nada melhor do que as palavras do Papa Francisco: “Que o Mês Missionário Extraordinário se torne uma ocasião de graça intensa e fecunda para promover iniciativas e intensificar de modo particular a oração – alma de toda a missão –, o anúncio do Evangelho, a reflexão bíblica e teológica sobre a missão, as obras de caridade cristã e as ações concretas de colaboração e solidariedade entre as Igrejas, de modo que se desperte e jamais nos seja roubado o entusiasmo missionário (Carta do Papa Francisco por ocasião do centenárioda Promulgação da Carta Apostólica MAXIMUM ILLUD).

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